quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Camille

                                                            arte de Wiola Stankiewicz




 

na hora mais escura da madrugada
enterrei meu homem
tirei-o à força de dentro de mim



tumbas desfilavam nos meus olhos ávidos pela sua morte
queria depositar meu ódio o mais rápido possível



e atrás das grades
o passado voando como um pássaro







quarta-feira, 21 de outubro de 2015

sonho...




Os vagabundos estão nus
A cidade está
Nem sol nem céu nem luz
Vou dar o fora daqui agora
Voar para a vida inventada



domingo, 11 de outubro de 2015

fuga noturna nº 1






  lembra daquela noite
  distúrbios & assombros
  entre luzes incandescentes e a saída de incêndio?

  ah, você deve lembrar
  nossos corpos exaustos, depois da chuva
  os cérebros dissolvidos pela carruagem do ópio
  nossas almas entrelaçadas no divino
  naquele pulsar tremendo, de uma vida sem rumo

 e você consegue prosseguir
 dentro dessa memória Louca
         por tanto tempo, desajustados e felizes?

  ah! que solução aquela
  engambelar  leis & policiais
  o mundo real e as anedotas dos outros
  sobre o que se deve ou não fazer
  e nós dois esmiuçando o vinho
  deleitando-se na contramão


 pela manhã uma maçã roubada
 um café deixado no cordão da calçada
 mendigos & vagabundos em sinfonia


  quantos minutos seria preciso
  para embasbacar mais uma vez teu desejo
  quantos quilômetros terei de percorrer
  para chegar no teu paraíso
  onde condenados nos acertamos
  nesse terrível som do prazer?

  
















foto: filme Drugstore Cowboy de Gus Van Sant
música: Patti Smith ( about a boy )

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

cordéis urbanos





A poesia do subúrbio no Rio de Janeiro
Não tem sinal vermelho
Ou vem com tudo, ou não vem
Oferenda máxima engolida