quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Fuga nº 1







                                                                 cena do filme Os Incompreendidos de François Truffaut




estou diante da cidade
nua como a poesia dos visionários
bardos e sacerdotisas em suas danças
mutantes selvagens lutando contra os ciborgues
inspirada pelas musas exorcizadas do concreto
pela beleza de um anjo delgado, verde
substituindo a realidade vulgar






domingo, 6 de dezembro de 2015

caminho


Trigos amarelos desciam até a estrada
O sol dourava ainda mais teu semblante
Gotas de suor, lágrimas alegres 
Você seria meu ramo de louro
Perfume de jasmim, temperamento tranquilo
E eu seria o desequilíbrio

Meu corpo era alquebrado porque precisava pouco
Antes de você
Nenhuma estrela caiu, o mundo era o de sempre
Mas depois o frio e o calor nem sei
Como dizer que nada mais existia
Só a música da tua voz e o toque da tua boca
Aberta para o precipício 
Sob a pele e sob a pele outra vez
Cada dia 
Até o fim