Meus
pés descalços roçam os pés da mesa
Ferro
gelado e depois desço
Os
dedos nus até o concreto liso
Sugando
a temperatura do chão, o sol
Delimita
seu espaço morno
Entrando
pela sacada aberta para a cidade
Ninfas
vindas de uma luz fecunda
Ainda
que sorrateira e muito disfarçada
Pelas
sombras forjadas de edifícios longos
( estou
cansada do medo
afinal, eu sei
que eu nasci na beira da revolta
nasci na selva )
que eu nasci na beira da revolta
nasci na selva )
Esse
monstro amarrado
Que
a minha vontade conduz
Memória
que nunca dorme
Criaturas
que somos
Em
vidas transitórias
Como
os sonhos que sonhamos